17 de jan. de 2008

Super Estréia da Semana

É Amanhã!!!
‘O caçador de pipas’ voa alto com adaptação fiel

Dirigida por Marc Forster, a adaptação eficiente e direta de “O caçador de pipas”, best-seller de Khaled Hosseini, já virou notícia por causa da cena de estupro que envolve um dos atores-mirins.

Isso resultou em um atraso de seis semanas no lançamento do filme nos cinemas, tempo necessário para que o estúdio tire seus três meninos-astros do Afeganistão, para protegê-los de possíveis retaliações locais. Controvérsias à parte, o longa-metragem é uma fiel adaptação do livro e deve ser reconhecido pela crítica, o público e em premiações pelo mundo.Mas finalmente o dia do lançamento chegou e é amanhã dia 18 de Janeiro!

A Trama

A história é contada em três partes distintas. A primeira, ambientada no Afeganistão em 1978, mostra a amizade de dois garotos: Amir (Zekeria Ebrahimi), que mora com seu pai, Baba (Homayoun Ershadi), um rico e sofisticado viúvo, e Hassan (Ahmad Khan Mahmidzada), filho de um empregado de Baba. Os dois meninos de 12 anos têm uma forte ligação, graças a sua paixão em comum por filmes de ação americanos e por pipas.

Mas quando Hassan é agredido e violentado por um grupo de valentões do bairro – Forster mostra esta cena de uma forma discreta, mas eficiente –, Amir fica com medo e não consegue ajudar o amigo. Sua falta de atitude o persegue por anos, até mesmo depois que ele e seu pai se mudam para a Califórnia, nos EUA, após a invasão soviética.

Uma década depois, o agora adulto Amir (Khalid Abdalla) vira um aspirante a escritor. Quando ele conhece a filha de outro expatriado afegão, eles se apaixonam e se casam em uma cerimônia tradicional.

Na última parte, passada em 2000, Amir já é um autor bem-sucedido e feliz, apesar da morte de seu pai e de não ter conseguido ter filhos. Mas sua paz é interrompida depois que ele recebe um telefonema de um antigo amigo da família, que lhe conta que Hassan morreu e deixou um filho abandonado em um orfanato. Atormentado pela culpa, Amir viaja à perigosa Cabul para resgatar o menino e trazê-lo para os EUA. Os dois desenvolvem uma conexão surpreendente.

Adaptação sensível

O roteiro de David Benioff consegue ser fiel à trama, ainda que condense algumas partes. A adaptação lida bem com a narrativa complexa do livro e é particularmente eficaz ao retratar de forma sensível os personagens deslocados de suas origens.

A melodramática parte final, em que Amir encara a violência e os horrores do regime Talibã, parece corrida e não muito convincente. Porém, a força dramática dos fatos narrados compensa os elementos subtraídos.

Com exceção das seqüências líricas de pipas voando, a direção de Forster é tão discreta quanto incisiva. O cineasta também conseque extrair perfomances maravilhosamente naturais do trio de atores mirins, assim como do ótimo Abdalla, como o protagonista, e do incrivelmente carismático Ershadi no papel de seu pai.

O filme parece totalmente convincente em todos os aspectos técnicos, incluindo o uso de locações na China para simular o cenário afegão da trama.É correr pro cinema e pegar lugar na primeira fila! Imperdível!